Y20: juventude busca influenciar decisões do G20

Grupo se reuniu no Rio e formulou documento com reinvindicações aos países-membros

Todos já ouviram falar do G20, grupo que reúne as principais economias do mundo e tem atualmente o Brasil ocupando a presidência. Seu objetivo é fortalecer a economia internacional e discutir temas que promovam o desenvolvimento socioeconômico global. Mas você sabia que existe, dentro do âmbito do G20, o Y20 (Youth 20)? Este núcleo promove o encontro de jovens lideranças dos países-membros do G20 para refletir e discutir a agenda prioritária da juventude, além de influenciar debates e contribuir para a formulação de políticas públicas. 

A primeira cúpula do Y20 aconteceu em Vancouver, no Canadá, em 2010. Conforme determinação do G20, a cúpula dos jovens é direcionada a pessoas entre 18 e 30 anos. E se estamos falando dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e das mudanças que devem ser promovidas para um futuro melhor, ter um canal em que os jovens interajam e possam participar politicamente é muito bem-vindo.

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O G20 considera que “suas perspectivas e inovações são fundamentais para tratar de questões relevantes para o mundo, que vão desde a mudança climática e a sustentabilidade até a justiça social e a inclusão econômica”. A partir da reunião e do diálogo desses jovens, é elaborado um comunicado com as principais conclusões e posições acordadas, com as demandas e as prioridades voltadas para a juventude. A ideia é difundi-las junto à sociedade e apresentar formalmente para a Cúpula de chefes de Estado do G20, que se este ano reunirá em novembro no Brasil.

O documento mais recente produzido pelo Y20 foi elaborado no Brasil no final de agosto. Um encontro no Rio de Janeiro reuniu 145 delegados dos países do G20 e cerca de 2 mil jovens brasileiros, que aprovaram por unanimidade uma série de reivindicações que serão levadas ao G20. Entre as demandas pontuadas estão: 

– Criação de uma nova arquitetura fiscal baseada em taxação progressiva de riquezas;
– Auditoria de Inteligência Artificial (IA);
– Implementação de um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza;
– Criação de um Fundo para a Juventude, que financie ações e iniciativas para este público.

Os jovens também cobraram uma maior atenção e empenho no combate à desigualdade e no cuidado com o meio ambiente. O documento faz um apelo por uma transição energética justa, pelo desmatamento zero até 20230, o incentivo a práticas agroecológicas e inovadoras na indústria alimentícia. Também pede o reconhecimento de refugiados climáticos e também a inclusão de educação ambiental e climática nos currículos escolares.

O comunicado resume a urgência buscada pela juventude em fazer parte e influenciar mais os processos decisórios. “Temos interesse direto em promover mudanças estruturais que impeçam a perpetuação das crises atuais. Nesse sentido, a juventude do Youth 20 não se limita a debater a governança global, mas busca se envolver ativamente nela. Nós nos recusamos a ser meros fiadores de uma dívida histórica que inevitavelmente cairá sobre nossos ombros no futuro. Somos os Guardiões da Juventude do Amanhã: aspiramos um futuro seguro e digno”, expressa o Y20.

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