Horta nas escolas proporciona educação ambiental a estudantes
Iniciativa incentiva jovens a produzir alimentos saudáveis e de forma sustentável

Em um mundo que insiste em explorar a todo custo os recursos naturais para a produção de monoculturas ao longo dos países do Sul, a alimentação nunca esteve tão em voga. A busca pelo alimento saudável e sem exaurir o solo faz toda a conexão com a ODS 3 – Saúde e bem-estar.
A meta geral escancara: “Garantir uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades”. E produzir alimento saudável, sem agrotóxico, é fundamental nesse contexto. Como deixa claro uma das metas da ODS: “Até 2030, reduzir substancialmente o número de mortes e doenças por produtos químicos perigosos, contaminação e poluição do ar e água do solo”.
Uma forma de enfrentar isso é o incentivo às hortas comunitárias para que as próprias pessoas tomem posição frente a esse desafio. Uma tarefa complicada, principalmente em se tratando de um Brasil cada vez mais urbano. Mas é uma ação premente que deve ser enfrentada.
Uma possibilidade é formando crianças e jovens com mais consciência, para desenvolverem práticas que respeitem o meio ambiente. A criação de hortas nas escolas é um bom passo. O Projeto Oikos, desenvolvido pela Fundação Antonio Meneghetti com cidades do interior do Rio Grande do Sul, atua nesse sentido.
Aproveitando o potencial que a agricultura tem na economia da região, a iniciativa visa o cultivo de hortas, a revitalização de jardins e a adoção da coleta seletiva, entre outras ações sustentáveis. As aulas de educação ambiental são planejadas e contam com orientação de professores e monitores e são supervisionadas pela Fundação. A ideia é ajudar na qualificação da região para produzir alimentos mais sustentáveis e saudáveis e, também, proporcionar melhor qualidade de vida e desenvolvimento local.
O Projeto Oikos já nasceu conectado aos ODS, tendo nascido anteriormente, conectado aos Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), estabelecidos pela ONU em 2000. E, além de contemplar a ODS 3 – Saúde e bem-estar, o projeto atende muitos outros objetivos, afinal, promove a sustentabilidade nos mais variados níveis. Inclusive, o trabalho foi selecionado para integrar o banco de práticas validadas do 1º Prêmio Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Brasil (Prêmio ODS Brasil).
Um aspecto interessante está no fato de que esse contato com a terra envolve todos os atores escolares. Por exemplo, as merendeiras fazem parte do processo, afinal, as hortaliças colhidas são aproveitadas na merenda escolar. Elas participam e aprendem sobre o tema.
O estudo de solo é feito nas escolas públicas participantes e, onde não é propício o cultivo de hortaliças, ou as que se detecta pouco espaço para o cultivo, são elaboradas hortas suspensas verticalmente com canos de PVC. Já foram realizadas ações nos municípios de Agudo, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, Paraíso do Sul, Restinga Sêca, São João do Polêsine e Recanto Maestro.
Outras iniciativas
Há inúmeras outras iniciativas semelhantes e espalhadas pelo Brasil. Basta digitar horta pedagógica no buscador e encontrar diversas outras hortas nas escolas. Recentemente a TV Cultura exibiu uma reportagem de uma ação semelhante nas escolas de tempo integral de Viana, no Espírito Santo.
A cidade sofre êxodo rural e as hortas nas escolas buscam reconectar os filhos da terra com seu meio, integrando cada vez mais aos currículos, especialmente nas escolas urbanas, já que faz parte dos equipamentos situados em área rural. As aulas de educação ambiental ocorrem na prática e se conectam com o dia a dia dos alunos. E os alimentos produzidos são consumidos na escola ou levados para casa e fortalecem a alimentação de estudantes de baixa renda que muitas vezes não têm o que comer além da merenda oferecida na escola.
Se você quiser saber mais sobre o projeto no Espírito Santo, acesse aqui.
Saiba mais sobre o Projeto Oikos.