ONG leva energia limpa e sustentável a comunidades

Iniciativa do Litro de Luz alcança regiões periféricas com postes e lampiões com garrafas PET

Um assunto central quando se fala nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável é a questão energética. Enfatizado pelo aquecimento global e pelas mudanças climáticas que já amedrontam populações e territórios pelo mundo, o uso racional dos recursos, o tipo de material a ser utilizado, bem como o impacto no meio ambiente são temas cada vez mais debatidos e presentes no nosso dia a dia.

E um aspecto fundamental dentro desse processo está na ODS 7 – Energia Limpa e Sustentável, que se aprofunda na oferta de uma energia para todos que não agrida mais o planeta. Ou seja, não se cobra apenas o acesso, mas também a sustentabilidade do uso desse recurso. Não à toa, um dos tópicos da ODS 7 é “aumentar substancialmente a participação de energias renováveis na matriz energética global”.

O Brasil é um dos destaques nessa área, com crescimento relevante de matrizes renováveis e potencial para ser o líder nesse quesito. De acordo com dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), o Brasil é líder em investimentos internacionais no setor de energias renováveis, tendo recebido 114,8 bilhões de dólares em investimentos entre 2015 e 2022.

A matriz energética do Brasil é composta por 50% de energias limpas e renováveis, segundo o Ministério das Minas e Energia. Já no caso da matriz elétrica, esse número é ainda maior, totalizando 93% em 2023, um recorde histórico. Em disparado na frente está a energia advinda das hidrelétricas, com cerca de 58%, conforme dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

No entanto, as demais fontes renováveis estão crescendo em participação.  Os parques eólicos e as fazendas solares produziram em 2023 um total de 23,8% a mais de energia em comparação a 2022. No caso da biomassa (gerada a partir do bagaço da cana de açúcar), a alta foi de 9,6%.

Isso mostra que o potencial é muito grande, mas, ao mesmo tempo, ainda há muito para caminhar. Isso porque, é necessário garantir o acesso a uma população brasileira e mundial crescentes. E com tantos solavancos econômicos, institucionais, epidemias, pandemia, manter o caminho dos investimentos tem sido muito tortuoso.

Energia solar com garrafas PET

Por isso, é importante o surgimento de outras soluções que ajudem a mitigar tais problemas, em especial onde o poder público não consegue chegar. É o caso da ONG Litro de Luz, que aplica uma ideia sustentável para iluminar comunidades periféricas.

De origem filipina, a entidade nasceu a partir de uma ideia de origem brasileira. A tecnologia foi criada pelo mecânico mineiro Alfredo Moser, que idealizou em 2002 uma forma simples de iluminação à base de garrafa pet. Essa invenção ajudou vítimas de um tsunami nas Filipinas em 2012 e serviu de inspiração para o filipino Ilac Diaz, que fundou a ONG Litro de Luz para levar essa solução a outros lugares. Atualmente, a organização está em 15 países.

A partir de materiais recicláveis, são feitos postes de luz e lampiões solares, que se alimentam do sol durante o dia e têm autonomia de iluminar de oito (poste) a 12 horas (lampião). O poste é formado por um painel que capta a energia solar, bateria, controlador de carga, canos de PVC e uma garrafa PET, que funciona como lâmpada. Um sensor de LED liga a lâmpada quando escurece. O lampião possui componentes semelhantes. A principal diferença é que esse aparelho tem um botão que permite que seja usado quando a pessoa quiser, dentro de casa.

Devido ao alto custo, a ONG busca parcerias com diversas empresas para clarear a realidade de comunidades periféricas. É efetuado um mapeamento da região, a produção e instalação dos postes de luz solar, que custam em média R$ 4 mil. Já o lampião tem um custo menor: R$ 2 mil. Desde o início, a iniciativa já impactou mais de 25 mil pessoas, com a instalação de 4 mil soluções desse tipo. Atualmente, são cerca de 200 voluntários que desenvolvem ações nas cinco regiões do país.

Para saber mais sobre a ODS 7 – Energia Limpa e Sustentável, visite As Aventuras de Nina!

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