A atualidade em “A Falência”, livro de Júlia Lopes de Almeida
Apesar da obra ser datada do início do Século XX, "A Falência", de Júlia Lopes de Almeida, traz questões atuais e nos leva a refletir sobre a sociedade em que vivemos e o futuro que queremos para ela.

“A Falência” é um romance da escritora brasileira Júlia Lopes de Almeida, publicado em 1901. Ela é uma das importantes obras que marcam o momento da literatura brasileira de época e trata de temas que continuam atuais, servindo de fonte de reflexão e estudo.
Neste artigo vamos apresentar “A Falência” e os assuntos tratados na histórias, dar dicas de como você pode usá-lo como argumento em redações e falar de outras obras nacionais que conversam com o livro de Júlia Lopes de Almeida. Aproveite que a obra já está em domínio público e você pode encontrá-la facilmente na internet como e-book ou com bons preços em forma de livro físico.
Qual a história de “A Falência”?
“A Falência” conta a história de Amâncio de Vasconcelos, um homem ambicioso e oportunista que busca ascender socialmente e conquistar riqueza e prestígio a qualquer custo. Para alcançar esses objetivos, ele se envolve em negócios duvidosos e acaba arruinando a vida de diversas pessoas à sua volta.
Amâncio casa-se com Adelaide, uma mulher também ambiciosa e calculista, cujo dote — dinheiro que era pago pela família da noiva ao noivo, para que o casamento acontecesse — foi essencial para ele iniciar seus empreendimentos. No entanto, o casamento é infeliz, e Amâncio sofre com a personalidade manipuladora e controladora da esposa. Ao longo do livro, a decadência moral e financeira do protagonista fica cada vez mais forte e preparando o leitor para um final trágico.
Assuntos importantes retratados no livro
A trama de “A Falência” se desenrola em meio a um cenário urbano do Rio de Janeiro no final do século XIX, retratando as relações sociais e a hipocrisia da alta sociedade da época. A narrativa aborda temas como o papel da mulher na sociedade, a busca pelo poder e a corrupção moral.
Júlia Lopes de Almeida consegue retratar aspectos sombrios da natureza humana e critica valores sociais e morais da época. Algumas temáticas do livro que podem, inclusive, servir como base para argumentação em uma redação, por exemplo:
- Crítica social: A obra pode ser usada para discutir a crítica social e moral presente em diversas obras da literatura brasileira do Século XIX e início do Século XX. Júlia Lopes de Almeida utiliza a história de Amâncio para revelar as falhas e a hipocrisia da alta sociedade da época, bem como os perigos da ambição desmedida;
- O papel da mulher na sociedade: A representação da personagem Adelaide, que luta para encontrar seu espaço e independência, ainda ecoa questões enfrentadas pelas mulheres na sociedade moderna. Mesmo que tenham ocorrido avanços na luta pelos direitos das mulheres, ainda persistem desafios relacionados à igualdade de gênero. Além disso, o fato de uma autora retratar tal personagem também pode ser usado para argumentar o papel feminino na arte;
- A corrupção moral e seus efeitos: O declínio moral de Amâncio é uma característica central da obra. Você pode usar isso para abordar temas mais amplos sobre a corrupção moral e como a busca desenfreada por poder e riqueza pode levar ao colapso tanto individualmente como em nível social;
- Crítica ao capitalismo e à ambição desmedida: A história de Amâncio pode ser usada para refletir sobre a busca desenfreada por riqueza e poder, abordando as implicações disso no contexto do capitalismo e suas consequências para a sociedade. Questões como a distribuição de renda, a exploração do trabalho e o poder das grandes corporações continuam sendo objetos de discussão e análise.
A forma como os personagens de “A Falência” tomam decisões e enfrentam as consequências de seus atos pode ser comparada com situações contemporâneas, permitindo uma reflexão sobre a condição humana, fazendo com que a obra permaneça relevante. Lembre-se de que, ao escrever sua redação, é importante elaborar uma argumentação consistente e utilizar exemplos e citações do livro, quando possível, para sustentar suas ideias.
Outras obras que dialogam com “A Falência”
Existem várias obras da literatura brasileira que dialogam com os temas abordados em “A Falência” e complementam, podendo trazer até reflexões sobre desenvolvimento sustentável.
- “Vidas Secas” – Graciliano Ramos: a luta pela sobrevivência de uma família de retirantes nordestinos em meio à seca e a falta de recursos naturais é o enredo de “Vidas Secas”. A história evidencia as dificuldades enfrentadas por comunidades vulneráveis e a relação entre a exploração dos recursos naturais e a pobreza.
- “Terra Sonâmbula” – Mia Couto: essa obra do autor moçambicano, Mia Couto, possui elementos que se assemelham à temática da exploração dos recursos naturais e a relação do homem com a natureza. O livro apresenta reflexões sobre a importância da preservação do meio ambiente para a continuidade da vida e da cultura.
- “Os Sertões” – Euclides da Cunha: essa obra é um importante estudo sobre a região nordeste do Brasil, abordando temas como a exploração da natureza, conflitos sociais e as condições ambientais do sertão.
- “Quarto de Despejo” – Carolina Maria de Jesus: o diário da autora, que viveu em condições precárias em uma favela de São Paulo, traz à tona questões sobre desigualdade social, exclusão e o impacto das más condições de vida no meio ambiente. A obra pode ajudar a refletir sobre como a falta de oportunidades e recursos básicos pode afetar tanto a qualidade de vida das pessoas.
Essas obras, assim como “A Falência”, podem ser utilizadas como fontes para a análise e reflexão, explorando os desafios sociais, ambientais e econômicos que enfrentamos e as possíveis soluções para um futuro mais sustentável e justo. As questões abordadas na obra e Júlia Lopes de Almeida podem ser facilmente relacionadas com os desafios e dilemas enfrentados pela sociedade atual.
Se você gostou dessa análise de “A Falência”, já compartilha com seus amigos! 🙂