Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades ajuda a monitorar ODS
IDSC-BR revela que a grande maioria dos municípios brasileiros possui nível baixo dos indicadores

Para transformar as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em ideias que possam ser implementadas e com métricas monitoráveis, foi criado o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC-BR) uma iniciativa do Instituto Cidades Sustentáveis (ICS), no âmbito do Programa Cidades Sustentáveis (PCS). O índice brasileiro destrincha cada uma das metas e procura quantificar o desempenho dos municípios em cada um dos 17 ODS. Sua intenção é orientar a ação política dos gestores municipais, definir referências e focos com base em indicadores, facilitando o monitoramento e acompanhamento dos ODS em nível local.
O último levantamento foi publicado recentemente e mostra o quanto o Brasil vai mal, distante da Agenda 2030 e de levar dignidade ao seu povo. Dos 5.570 municípios brasileiros, a grande maioria tem baixo índice de desenvolvimento sustentável. São 2.285 cidades (51,3% do total) que apresentam um nível baixo na classificação, que vai de muito baixo até muito alto.
Por outro lado, nenhum município alcançou o topo do IDSC-BR e apenas 91 municípios (1,6% dos municípios) apresentaram alto nível de desenvolvimento sustentável. Vale destacar que a maciça maioria pertence ao estado de São Paulo e apenas um à Região Nordeste: a ilha de Fernando de Noronha.
Apesar desse cenário assustador, há pontos positivos a serem observados, em especial quando se volta o olhar para o índice de 2023. Por exemplo, dobrou o número de cidades que subiram um degrau e atingiram alto nível de desenvolvimento sustentável. E se ainda há uma elevada porcentagem de municípios em baixo nível de desenvolvimento, totalizando pouco mais da metade em 2024, há um ano o índice era de 70%, ou seja, de um ano para o outro houve uma redução de quase 20%, com boa parte desse montante avançando para a pontuação média. Além disso, registrou-se queda no quantitativo de cidades no nível muito baixo.
Já pelo recorte regional, a desigualdade brasileira se evidencia. A Região Norte é a que possui a menor pontuação, atingindo 38,8 pontos (em uma escala de zero a 80/100), índice considerado muito baixo de desenvolvimento sustentável. O Nordeste e o Centro-Oeste estão no nível baixo, com 41,7 e 46,3 pontos respectivamente. A situação melhora para as regiões Sudeste e Sul, que alcançam a pontuação média, com 51,5 e 50,6 respectivamente. Mais uma vez, no entanto, nenhuma região está nos níveis mais altos do IDSC-BR.
Site
A página do IDSC-BR é bem acessível e permite a consulta por cidade e também por ranking, que pode ter a pesquisa refinada por estado e por população. Há também um mapa interativo com recortes por ODS. Tudo isso permite uma visão geral e integrada das cidades em cada um dos ODS. Há uma novidade esse ano, com a criação da ODS 18, correspondente a uma sugestão do Brasil para a ONU, para avaliar indicadores relativos a igualdade étnico-racial.